Especialistas recomendam uso de máscaras mais eficazes contra a Ômicron

Cientistas consultados pela CNN Brasil defendem uso de máscara PFF-2 ou cirúrgica de três camadas

CNN Brasil


Com a variante altamente contagiosa Ômicron se espalhando pelo mundo, especialistas consultados pela “CNN Brasil” afirmam que é hora de repensar suas opções de máscara, especialmente se você ainda estiver usando uma de tecido.

“Máscaras de pano são pouco mais do que decorações faciais. Não há lugar para elas com a Ômicron”, afirma Leana Wen, analista médica da CNN e professora de política e administração de saúde no Institute School Milken, da George Washington University.

“Isso é o que cientistas e funcionários da saúde pública vêm dizendo há meses, muitos meses, na verdade”, acrescentou Wen em outra entrevista por telefone.

“Precisamos usar pelo menos uma máscara cirúrgica de três camadas”, disse a especialista sobre o tipo de máscara descartável e pode ser encontrada na maioria das farmácias e supermercados. “Você pode usar uma máscara de pano em cima disso, mas não use apenas uma máscara de pano.”

Idealmente, em lugares lotados, “você deve usar uma máscara KN95 ou N95 (no Brasil, identificada pela sigla PFF-2)”, acrescenta Wen. Por terem um melhor ajuste e contar com certos materiais — como fibras de polipropileno, que atuam como barreiras mecânicas e eletrostáticas —, essas máscaras evitam que partículas minúsculas entrem no nariz ou na boca e devem se conformar ao rosto para funcionar adequadamente.

Escassez de PFF-2 é passado

Durante os primeiros meses da pandemia, os especialistas em saúde desencorajaram o público em geral a comprar máscaras PFF-2, pois os profissionais médicos enfrentavam uma escassez de equipamentos de proteção individual. Mas já se passaram “muitos meses desde que o fornecimento do PFF-2 foi um problema”, disse Wen.

No entanto, a orientação mais recente dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, por exemplo, sobre a seleção, uso, limpeza e armazenamento adequados de máscaras faciais recomendava que as pessoas evitassem as máscaras PFF-2 e, em vez disso, escolhessem máscaras com duas ou mais camadas laváveis, tecido respirável, algo que Wen classifica como “um grande erro”.

“Se vamos dizer que as máscaras são obrigatórias – quando não viemos de uma cultura de uso de máscaras e as pessoas não gostam de usar máscaras – pelo menos recomende que sejam usadas as máscaras mais eficazes”, disse Wen.

Outros países, incluindo Alemanha e Áustria, “mudaram seu padrão para dizer que uma cobertura facial que deve ser usada em público deve ser pelo menos uma máscara cirúrgica de grau médico” em certos ambientes, acrescentou.

Outro fator que impulsiona a mudança nas recomendações de máscara é um melhor entendimento da Covid-19 e como ela se espalha, disse Erin Bromage, professora associada de biologia da Universidade de Massachusetts Dartmouth. “As pessoas demoram mais para entender a natureza das infecções transmitidas pelo ar, que não é necessariamente uma infecção híbrida, por exemplo, como a gripe, em que gotículas se espalham.”

“Parece que a principal causa da infecção (pelo coronavírus) é o ar compartilhado”, continua. Por isso, máscaras de pano, incentivadas no início da pandemia, podem filtrar gotas grandes, enquanto as mais eficazes, como as PFF-2, que conseguem filtrar tanto gotas grandes quanto aerossóis menores, ou partículas potencialmente carregadas de vírus no ar se houver pessoas infectadas, explica Bromage.

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